Os bons alunos não tiram sempre boas notas.
Porque não gostam de todas as disciplinas por igual.
Porque não são sensibilizados para o conhecimento, em todas as áreas, com a mesma paixão.
Porque não aprendem a gostar de todas as disciplinas de forma semelhante e ao mesmo tempo.
Porque há boas aulas e aulas assim-assim.
Porque, entretanto, acumularam algumas dificuldades numa área ou noutra e, por isso, muito naturalmente, vão imaginando que são maus numa matérias e bons noutras, o que faz com se dediquem a elas de forma muito diferente.
Porque nem sempre têm professores que destrincem os porquês das suas dificuldades e os ajudem a decifrá-las e a aprenderem a gostar daquilo que não entendiam.
Porque nem sempre os critérios de avaliação dos diferentes professores se casam com a forma como um aluno intui, discorre e comunica aquilo que sabe.
Porque nem sempre são ajudados a pensar as disciplinas e a estudar para elas, sendo-lhes pedido mais facilmente boas notas do que boas dúvidas, sobre as quais se pronunciem e pensem.
Porque há professores e há escolas que põem pó de arroz nas notas. Outros que são austeros e severos. E outros, ainda, que são, simplesmente, justos.
Porque há pais que entendem que eles devem ser autónomos na forma como estudam e aprendem e os responsabilizam pelos seus desempenhos e pais que estudam por eles ou que estudam com eles.
Porque há alunos que têm equipas de explicadores a trabalhar com eles e alunos que se bastam a si próprios na forma como aprendem.
Porque há momentos, numa família, que não são nem amenos nem arejados, e isso repercute-se na forma como um aluno tem cabeça ou não para ter alguma disciplina, método e autonomia.
Porque “há dias”, e nem sempre se tem “cabeça”e segurança quando se trata de responder a uma questão ou a expressar-se aquilo que se sabe, de forma expedita e clara.
É por isso que nem todos os alunos têm sempre boas notas.E é, também por isso, que nem sempre as notas correspondem a uma leitura irrefutável daquilo que se vale. Nem é razoável que se afunile uma avaliação nas notas e se perca de vista que, em muitos momentos, um “falhanço” traz mais oportunidades de crescimento que muitas boas notas juntas.
Autor: Eduardo Sá
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